segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Você conhece a Escala de Bortle?

Uma das coisas que mais percebemos quando vivemos num centro urbano e vamos para uma zona rural ou vice-versa é a diferença na quantidade de estrelas no céu. Obviamente o céu sobre as duas áreas é a mesma, porém a poluição luminosa produzida pelas luzes das grandes cidades acaba ofuscando as estrelas.

Para a astronomia é essencial um céu completamente escuro, sem influência de luzes da cidade por exemplo. Por isso, John E. Bortle publicou em 2001 o resultado de anos de observações e de coleta de informações sobre as condições do céu (artigo original). Há trinta anos era necessário uma hora de distância de uma cidade grande para se ter total escuridão, hoje são necessários mais de 150 km para se livrar da poluição luminosa.Porém, em regiões como a costa leste dos Estados Unidos, o distrito de Tóquio ou no sul da Inglaterra, altamente urbanizadas, isso não é mais possível.

Diferença entre um céu com e sem poluição luminosa. As duas imagens apresentam o mesmo ângulo.

Mesmo que o céu tenha alguma poluição, a luminosidade das estrelas ainda consegue atravessar, ao contrário de nebulosas e nuvens de poeira. Vamos conhecer agora a Escala de Bortle, que tem 9 classes:

Classe 9 - céu da cidade, fortemente iluminado, mesmo do ponto mais alto. Algumas constelações e estrelas mais brilhantes, como Alfa Centauro são visíveis. Planetas como Vênus e Marte também são aparentes.

Classe 8 - céu da cidade onde há um brilho cinzento ou alaranjado. A olho nu as estrelas parecem um pouco mais brilhantes. Com um binóculo ou um telescópio é possível identificar mais algumas estrelas e aglomerados.

Classe 7 - surge uma transição entre o centro urbano e o subúrbio, que é menos iluminado. O fundo do céu tem uma cor acinzentada, porém fontes luminosas são evidentes em todas as direções. Via Láctea ainda não aparece e as nuvens são muito luminosas. Com um telescópio, é possível ver manchas de nebulosas, mas sem definição.

Classe 6 - céu de subúrbio, onde a luz zodiacal não pode ser vistas, mas traços da Via Láctea são vistos no zênite. Nuvens em qualquer ponto do céu parecem muito brilhantes. Mas é impossível observar com clareza objetos complexos do céu como a galáxia NGC 5128 sem binóculo ou telescópio.

Classe 5 - céu de subúrbio, onde nas noites claras de primavera e outono alguns traços da luz zodiacal são visíveis. A Via Láctea parece muito desbotada, muito fraca ou até invisível. Em boa parte do céu, as nuvens são brilhantes.

Classe 4 - surge uma transição entre o céu de subúrbio e o rural. Pontos de poluição luminosas são aparentes em várias regiões, mas não em todo o horizonte. A luz zodiacal é mais evidente e já é possível ver a estrutura da Via Láctea, mesmo que com poucos detalhes. Quando próximas do horizonte, as nuvens são mais claras e no zênite são mais escuras.

Classe 3 - céu rural, mas é possível ver alguma poluição visual no horizonte. Pouquíssima iluminação nas nuvens no horizonte, mas são negras no zênite. Estruturas complexas da Via Láctea são visíveis, mas aglomerados globulares não são distinguíveis a olho nu.

Classe 2 - local escuro, o brilho da atmosfera pode ser aparente ao longo do horizonte. A luz zodiacal ainda brilha e é distinguível por sua cor amarelada quando comparada ao branco-azulado da Via Láctea.

Classe 1 - céu completamente escuro, ótimo para observações, com várias regiões da Via Láctea bem visíveis a olho nu e luz zodiacal visível. Galáxias e algumas nebulosas, como a de Órion são visíveis sem ajuda de binóculos ou telescópios.

Representação das diferentes classes da Escala de Bortle

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