sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Belo Horizonte e a promíscua relação entre empresas de ônibus e governantes

Quem vive ou viveu em Belo Horizonte/MG, sabe bem o que irei expor nesta postagem. A capital mineira, apesar de ser uma metrópole, conta apenas com uma linha de trem urbano, que na cidade, tiveram a cara de pau de chamar de "metrô de superfície". Fica claro assim que o transporte público coletivo da cidade se baseia em ônibus.

É sabido também que existe uma certa conivência dos governantes a esse cenário, uma vez que as empresas de ônibus financiam campanhas dos políticos locais. Essa relação afeta diretamente cerca de um milhão de pessoas que dependem diariamente dos ônibus para se deslocarem, uma vez que já não bastasse priorizar os ônibus como transporte coletivo, os governantes da cidade sequer exigem que a porcaria que oferecem como transporte coletivo seja de qualidade.


De acordo com Dimas Gazolla, professor do Departamento de Engenharia de Transportes da UFMG, "o problema acontece porque o contrato assinado entre a prefeitura e as empresas é focado em produtividade e pouco em qualidade". O professor Gazolla continua, "aqui, as concessionárias admitem até sete passageiros por m2, enquanto o recomendado é três ou quatro". Fica notório que de público este transporte tem nada. É caro e de péssima qualidade.
 
A prova disso é que a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte registra uma média de 115 reclamações de usuários insatisfeitos por dia. Em 2012 foram 42.194 denúncias contra o serviço.

Para mostrar como essa relação entre as empresas e a prefeitura é totalmente desfavorável ao cidadão, apesar da quantidade absurda de reclamações, o diretor de Desenvolvimento e Implantação de Projetos da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), Daniel Couto, considera o número de reclamações pequeno diante do número de usuários.

Mais de 40 mil reclamações em um ano e é pouco? Talvez o senhor Couto gostaria de um milhão de reclamações. Talvez o que o senhor Couto não conheça são as dificuldades que um cidadão enfrenta para demonstrar sua insatisfação contra o Estado. Na minha concepção mais de 40 mil reclamações em um ano é mais do que o suficiente para mostrar a fragilidade do serviço.

 
Diz a lenda que a cidade receberá mais duas linhas de metrô, ou melhor uma de metrô de verdade e mais uma de trem urbano. A primeira (linha 3), de acordo com os caboclos que mantêm viva a lenda gerações após gerações, ligará a Savassi à copo Lagoinha. Ela tende a ficar pronta quando os índios do Acre disponibilizarem a matéria prima para a construção. Talvez a tempo da Copa do Mundo de 5.398, em comemoração a centésima copa realizada no Brasil.

Grupo de belorizontinos utilizando o transporte coletico na Alemanha. "Viajei sentada!" surpreendeu-se uma das turistas.

Já a linha do trem urbano (linha 2), que passará pelo Barreiro, vulgo Acre belorizontino, é um caso sério. Ela está sendo feita desde 1.587 A.C. e até hoje não se tem previsão para a conclusão. Dizem por aí que até a Copa de 2014, as obras terão avançado mais um pouquinho, o que servirá de incentivo para a Copa de 5.398. Boa sorte na espera! 

Quando esteve na cidade em 1980, o Papa Jotapê Dois disse: "Puta que pariu, véi! Que horizonte ducarái!". Só que ele não estava andando de ônibus...

Ela para você: Qualé a pé? Tá de ônibus? Eu tô de carro. Você para ela: Se fudeu, aqui em BH vai pegar sinal de meio em meio metro. Ela para você: Curtindo um ar condicionado, um sonzinho... Você para ela: : (

As informações sérias deste artigo foram retiradas do Jornal Super Notícia de 15 de fevereiro de 2013.

ATENÇÃO: Apesar deste artigo ser baseado em informações reais, trechos possuem conotação cômica. Por incrível que pareça, confiem em mim, é necessário avisar.

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